INSPIRAÇÕES DO POETA

2 de fev. de 2008

Chame o Doutor!

Por favor, alguém chame o doutor!
To com piripaque, piriri, tique, beribéri, piti.
É tanta patologia, que só de pensar, me dá um treco.
Juro! É tudo concreto.
To tendo alucinação, mania de perseguição.
É aquele homem que não me deixa em paz! Eu fujo, mas ele vem atrás.
Quando acordo, lá esta ele,
Com aquela pele morena que é um verdadeiro esculacho.
Com os cabelos levemente ondulados e grisalhos. Com cara de macho!
Habita em silêncio os meus pensamentos. Um tormento diário.
Tira a minha concentração, afinal, quem é que consegue raciocinar com alguém te apertando o coração.
Como é que eu posso escovar os dentes, pentear os cabelos, lavar o rosto, se de repente, lá vem esse encosto e se instala no espelho do armário.
Fica diante do meu imaginário!
Bota na cara um sorriso de quem quer tudo, joga um charme inseguro e me irrita. Irrita demais, porque não desce do muro.
Não me surpreende, não entende que sua apatia me leva ao colapso.
Não sei mais o que faço!
Podia dizer: - vem mulher, me abraça! Mas não, ao invés disso, ele se cala e me explode a pressão. Nunca vi fantasma mais sem graça!
- Será obsessão?
Acho que vou encarar. Bater de frente. Preciso saber o que ele pretende, mas alguma coisa me prende.
-Será que to me acostumando? Acho que ta rolando um encanto...
- meu Deus, eu to pirando! Daqui a pouco vou achar que ele é um santo,
com asas e manto.
To com tremelique, caduquice, trique-trique e essa ilusão de homem que não some.
Que da hipertensão, paranóia, tesão. Que não me deixa dormir nem acordar.
Acho que eu to querendo amar!
Alguém disse que isso não é nada, que é só uma síndromezinha de amor.
Então, me faça um favor...
Chame o doutor!

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