INSPIRAÇÕES DO POETA

2 de fev. de 2008

Simplicidade

Meu coração abriga um vilarejo pacífico,
Onde se pode caminhar nas manhãs tolerantes calçando
A terra aquecida de sol e vida.
Lá, poucas casas brancas de cal guardam na simplicidade arquitetônica,
Amores possíveis.
Amores libertos da mesquinha condição servil.
Como uma ponte ilusória, meus olhos promovem acessos exteriores.
Fomentando curiosidade e ânsia.
O tempo traduz-se cúmplice fiel dos pensamentos
Criando pausas preguiçosas de contemplação.
Todos os movimentos da natureza são entendidos por intuições inatas.
No apogeu da tarde, ao sabor do vento mansinho, frutas são saboreadas ao pé.
Qual carinho de mãe.
À noite ostenta adereços fulgurantes presos ao céu,
Enquanto passeia silenciosa sobre os sonhos.
Nesse pequeno lugar de infância eterna,
Não há obrigações, mas vontade.
Não há sofreguidão, mas renúncia.
Não há arrogância, mas audácia.
Não há isolamento, mas sentimentos sentidos.
Há memórias alegres e tristes, como a polaridade de todas as coisas.
Há um perfil de sentinela guardando o portal do castelo
Aniquilando os dragões e as serpentes.
Há sensações de existências abstratas em meio à realidade exterior.
Há uma paz verdinha pertinente a paisagem bucólica
E um propósito de ficar lá para sempre.
Entre os girassóis amarelos e o riacho de águas correntes.
Onde não há conjeturas, mas claridades.
Um pequeno lugar de acalanto e solo fecundo,
Onde florescem os amores eternos.

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