INSPIRAÇÕES DO POETA

17 de jul. de 2008

Amando-me, te amei!

Talvez fosse primavera, quando te inventei amando-me. Não tenho certeza!Mas lembro-me do teu cheiro de homem aprisionando meu faro.Claro! O jardim estava repleto de delicadezas.Amarelas, vermelhas e brancas.Agora faz sentido! A mão do vento acariciando meu rosto entregue.O jogo inquieto dos teus olhos ampliando um silêncio estremecido.Não lhe ordenei que me roubasses o juízo, e ainda assim fizestes, Sem dó nem piedade.Roubastes, meus sonhos e meus dias sem fim.Minhas pálpebras cobriram-se de névoa e segredo, Pois todos os caminhos findavam-se em ti.Ah, homem! Tudo o que dissestes foi: tenho medo!Triste esse teu coração, que é de vaidade apenas. Vestido de suposições e solidão.Melhor seria, um coração marítimo diante da ampulheta e da tempestade.Vivendo a vastidão do amor, até o amor se fragmentar.Mover-se em coragem, com portões por abrir e ver-se humano.Há tão pouco tempo e tanto pra amar!Não tive a intenção do teu rosto. É que me perdi ao longo do caminho.O jeito foi desafiá-lo, com as mãos cheias de amor e estrelas.Foi preciso rir dos meus exageros intermináveis e chorar o amor sozinho.Foi preciso comover-me, por fazê-lo vítima, até entender que te inventei amando-me.

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