No crepúsculo, a morte me beija a boca e veloz é o momento, como um vento, frio e cortante, que entra pela fresta desatenta da janela.
Por segundos perco a dimensão doméstica da sala, onde guarda meu corpo debochado, que ri da tentativa frustrada dela. Morte!
Forte é meu organismo, porque tenho raiz de livros e ainda que o barqueiro dantesco me mate na usança dos dias, as palavras me ressuscitam.
Todas as idéias e sentimentos contaminam meu sangue – atiçam nervos e rangem ossos.
Eu, ilustre degenerada escrevo por demência intelectual, porque vasa de mim essa loucura, uma tendência de sofrer e gozar as coisas, sem entendê-las.
Aguardo defunta, sob o congelamento da dor, como quem, no inverno de Toronto lê Quintana e captura o horizonte por detrás de tudo. Intui no cinza, o verdinho jardim.
E cada vez que, meu espírito ultrapassa meu corpo, o sol me enche os olhos de tagarela ansiedade. As geleiras derretem. Derrete a indiferença branca
É essa sacana seiva poética, que me preserva da extinção.
Ainda, que seja só, eu, literalmente, sem o meu amor, não me subordino senão, ao meu dom de sentir.
Trato minhas cicatrizes mal encaradas tête-à-tête e uso qualquer alegria ou infelicidade, como expressão da minha única profissão, que é viver.
Dentro de mim há uma fome galinha, que come essa vida e não vomita!
Cospe os excessos nas frases, ora berradas ora sem querer.
Isso é o que me mata e o que me faz renascer.
Por segundos perco a dimensão doméstica da sala, onde guarda meu corpo debochado, que ri da tentativa frustrada dela. Morte!
Forte é meu organismo, porque tenho raiz de livros e ainda que o barqueiro dantesco me mate na usança dos dias, as palavras me ressuscitam.
Todas as idéias e sentimentos contaminam meu sangue – atiçam nervos e rangem ossos.
Eu, ilustre degenerada escrevo por demência intelectual, porque vasa de mim essa loucura, uma tendência de sofrer e gozar as coisas, sem entendê-las.
Aguardo defunta, sob o congelamento da dor, como quem, no inverno de Toronto lê Quintana e captura o horizonte por detrás de tudo. Intui no cinza, o verdinho jardim.
E cada vez que, meu espírito ultrapassa meu corpo, o sol me enche os olhos de tagarela ansiedade. As geleiras derretem. Derrete a indiferença branca
É essa sacana seiva poética, que me preserva da extinção.
Ainda, que seja só, eu, literalmente, sem o meu amor, não me subordino senão, ao meu dom de sentir.
Trato minhas cicatrizes mal encaradas tête-à-tête e uso qualquer alegria ou infelicidade, como expressão da minha única profissão, que é viver.
Dentro de mim há uma fome galinha, que come essa vida e não vomita!
Cospe os excessos nas frases, ora berradas ora sem querer.
Isso é o que me mata e o que me faz renascer.
10 comentários:
Oi Ira,
Ainda não peguei meu selinho que vi está guardadinho em vermelho a me esperar.
Intensa,é a tortura,o martírio e a lucidez delirante que te abençoa e te basta.Berros implodidos e farto silêncio,Morte e vida ,És assim sem ser SEVERINA!
À você que me lê com o coração,
Suspiro pelo ano que se encerra e nos permite tempo de pausa para reflexão.
Durante um tempo longo fui sentindo,sentindo... as vibrações que circulavam ,claras e obscuras,
rápidas demais,fortes e frágeis,distintas e misteriosas,espertas e inocentes,confiantes e assustadoras,enfim
carreguei por todos os lugares um texto ,um amarrado de palavras que a cada noite se desvanecia,depois se encorpava,até que finalmente em uma tarde
se fez nascer ..."ANTES de TUDO".Senti alívio e o contemplei prosa a se dizer poema com olhos amorosos de mãe quando vê seu filhinho pela primeira vez.
Agora este texto é seu,meu presente de Natal,leia sem pressa,o examine lentamente,deixe-se ser tocada por êle.
Envolva-se com a sinceridade transparente com que o escrevi, com a delicadeza,com o tom suave e meditativo.
Compreenda o amor e a dor do texto,o luto e o nascimento ,a coragem a clamar por bravura,a solenidade,o consolo,a humanidade em nós semelhantes.
"Antes de Tudo"...postei no www.cristinasiqueira.blogspot.com
Feliz Natal
Cris
Caracoles, Ira!... Texto irado! Forte e certeiro, gostei.
Aproveito pra te desejar um Natal bem bacana, cheio de paz, tá?
Beijoca!
Cara, estou numa correria, mas não poderia deixar de vir!
Um Natal Lindo prá voce e todos aqueles que voce ama, um novo ano de novos sonhos e realizações, e que vasem muitas loucuras dessa mente sana ou talvez in... pouco importa, desde que elas estejam aqui traduzidas em palavras escritas e sentidas...
Feliz Natal e Lindo Novo Ano
Bj meu.
Ops seu texto.... Aah!!! seu texto!!!.
” A alma é invisível,
Um anjo é invisível,
O vento é invisível,
o pensamento é invisível, e,
no entanto, com delicadeza,
se pode enxergar a alma,
se pode adivinhar o anjo,
se pode sentir o vento,
se pode mudar o mundo com alguns pensamentos.”
Boas festas...
Olavo.
... caramba! Não deixa de ser sedutor. Desejo a você e aos seus um natal muito especial.
Abraços
Ira,
Não obstante a minha implicância com o uso comercial do "espírito natalino", não tenho como escapar da influência que a data exerce sobre o meu emocional que ainda teima em crer que a humanidade não é caso perdido e que podemos construir um mundo mais justo, sem violências e sem preconceitos. Em suma: sou um ingênuo assumido.
Sendo assim, é inevitável que venha para deixar os meus votos sinceros de que você tenha um feliz natal e que o ano novo não seja apenas uma nova página no calendário, mais um marco de mudança que inaugure uma nova era de paz e felicidades para todos e que possamos realizar todos os nossos melhores sonhos e projetos.
Felicidades.
Beijos
Ira, voltei pra te desejar um 2010 bem bacana, com um montão de inspiração, tá?
Beijoca!
Ira...
Deixando o meu abraço e que 2010 seja um ano lindo para vc e todos aí em casa.
Seja muito feliz.
Renato Baptista
Adorei seu blog
poesia fina
elegante
toca alma
traz calma
acelera e pede a presença para ler
um grande abraço
voltarei mais
Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras.
Sou irritável e firo facilmente.
Também sou muito calmo e perdôo logo.
Não esqueço nunca.
Mas há poucas coisas de que eu me lembre.
(Clarice Lispector)
Beijos...
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