Josué, cadê a fome?
- ta no mangue!
- ta no mundo!
Fome que confunde
Quem é o bicho?
Caranguejo não é homem
Caranguejo homem é
Afogando na lama
Corpo, brio, miséria
Quanto lixo!
Ambos chafurdados
Na merda da incerteza,
Até a morte
Josué, cadê a sorte?
Os deuses da terra a roubaram!
Homenagem a Josué de Castro
6 comentários:
Ira,
Um olhar lúcido e de dedo em riste...
A sua escrita é forte, sem contemplações. Gosto muito.
Beijo :)
os homens caranguejos, a geopolítica da fome
beijo
Olá querida, como vai vc?
Como continuas a escrever com a alma, suponho que esteja muito bem. E como torço para isso.
Um beijo pra vc
Minha querida
Que saudades tinha de te ler e de te sentir no meu cantinho.
Como sempre forte a tua poesia...e eu como sempre adoro.
Deixo um beijinho com carinho
Rosa
Ira,
Eu queria saber como seria o 'S'. E saio satisfeita após a leitura. Saiu totalmente do teu contexto usual (sem perder teu tapa na cara, sem dó e sem piedade). Foi além, pegou um ponto no crochê das tristezas desta vida, e o fez magnificamente.
Beijos.
Suzana/LILY
Fui criado em São Gonçalo, próximo ao Gradim, área de pescadores, sei o que é catar caranguejo no mangue pra viver... Vi muito esta cena. APLAUSOS!
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