INSPIRAÇÕES DO POETA

25 de jan. de 2008

Sem Explicação

Como posso explicar o que não entendo.
Esse súbito arrebatamento.
A memória da presença constante.
O sentimento, o vento.
Meu olhar no instante, que diante do seu se rendeu.
Como posso explicar!
Querer-te, sem saber-te.
A morte, o breu.
Ser contente só em ver-te,
Ainda que distante, na vontade saciada.
Ainda que hesitante, nas coincidências forjadas.
Como posso explicar o que não compreendo.
A guerra, a empáfia.
O mal e o bem.
Sua farsa, minha audácia.
Essa eterna espera por você e mais ninguém.
Como posso explicar!
A origem desse querer que não cabe no peito.
Vai saber o porquê, de ser você meu eleito.
Que me vê, mas não me enxerga e trafega por meus olhos de fera.
Que me lê, mas sempre nega o toque da poesia em oferta.
Como posso explicar o que não atinjo.
A força devastadora do desejo.
Sua neurologia.
A simetria perfeita do beijo.
Minha eterna teimosia em não te esquecer,
Só pra variar um pouco e sair por aí pra viver.
Me deixar amada, porque faz bem ao coração.
Me deixar desejada, porque faz bem a tesão.
Como posso explicar o que não concebo.
O ócio e a falta de gentileza.
O medo do amor de amar.
A burrice da macheza.
Como posso explicar!
Meu corpo sem os abraço morenos
Os torpedos sem respostas.
A falta desse veneno,
Que deflagra fantasias supostas
Como posso explicar!
Que em face do seu desafeto,
Do inatingível. Digo em verdade!
Meu querer se faz mais concreto.
Consagrado na impossibilidade.

Nenhum comentário: