INSPIRAÇÕES DO POETA

13 de jan. de 2010

Na Triste Festa Do Sono



Sou rodeado pelo diamante dos olhos.

Preso por correntezas de pensamentos.

Quero acordar, não, não quero mais!

Não queria dormir.

O mar de momentos pesa a cabeça,

Em ondas, se vai meu consciente.

Garatujas chegam e se vão,

Sem o menor sentido.

Querem me emaranhar,

Para que esqueça o real e sonhe.

Na triste festa do sono, aquele que,

Temia deixou de temer, quem não existe sorri sem rosto.

A fome é saciada em banquetes.

A liberdade voa a qualquer tempo,

Qualquer espaço, chão, pátria.

Sou rodeado por correntezas nos olhos.

Preso por pensamentos de diamante.

Agora vivo mesmo o imaginário, me entrego.

Deixo o vento por a deriva o barco de prazeres

E supostas paixões.

Na triste festa do sono, o sexo toma conta do espaço,

E faz de corpos que não sabem onde perderam a juventude,

Se roçarem ávidos por prazer,

Mais velozes que os segundos do próprio sonho.

Sou rodeado por pensamentos nos olhos.

Preso por correntezas de diamantes.

Longe da vida choro a dor dessa gente,

Minha gente, nossa gente.

Perdidos no vazio do globo super-povoado.

Haja tempo para agüentar a cabeça,

Nem os mais sensíveis agüentam o peso provisório da morte.

Na triste festa do sono,

Já se apagaram as luzes.

A pessoa que somos, nos necessita de um real sentimento, eterno,

Que talvez nunca tenha existido,

Porém, nunca esteve tão remoto quanto os nossos dias.

Na triste festa do sono.


Esse é um poema de um querido amigo, André Sodré, que além de ser poeta, também é um grande fotógrafo. Resolvi postar suas palavras, como incentivo, para que ele tire da gaveta suas maravilhosas fantasias. Um beijo, André!

Um comentário:

Sandra Botelho disse...

Ah amiga quisera eu ter essa triste festa do sono.
Mas minha insonia não me permite...
Lindo demais, ele tem que mostrar aos outros seu talento, tirar da gaveta...
Bjos querida tenha um lindo dia.