INSPIRAÇÕES DO POETA

7 de out. de 2010

Confidência




Em ti respinga meu olhar sujo,
Do mais profundo mangal
Escuro. Tal desejo caramujo,
Que sofro, já nasceu infernal.

Assim, mudo, que nem eunuco,
Eu sem boca forjo indiferença.
Pensas: iludo-a com verso caduco.
Tolo! Quero-te em recompensa.

Estranha-me, como sinal de cego,
Surdo! O silêncio meu berra
Aos teus olhos ateu estratego.
Porém não revelo meu tiro-de-guerra.

18 comentários:

João Lenjob disse...

Uma poesia ao pé da letra. Rimada, com métrica. Tão raro ver isso na net. Adorei!! Parabéns mesmo!! Fiquei feliz em ter tido o privilegio da leitura.
Olha, tem mais cinco poemas novinhos em meu blog http://lenjob.blogspot.com e peço que se der uma passadapor lá, não deixe de dar uma olhada na barra à direita do site que tem muita coisa interessante, tá? Abaixo um poema.

João Lenjob.

Com Todo Amor
João Lenjob

Não me toque
Nem retoque
Não provoque
Nem reboque o peito meu
Que junto ao seu fez um amor
E fez amor com todo amor
Enfeitador que enfeitiçou
Que atiçou, que assim caçou
E não tem dor, nenhuma dor
Somente cor, beleza e odor
Num coração que já é meu
E junto ao seu fez alegrar
O que era triste
E hoje é esperança
De um olhar como criança
Com a andança de um amanhecer
Diferenciado o renascer
Do dia.

Suzana Guimarães disse...

Confidência e poesia, duas armas poderosas da conquista.

Beijos!

Jasanf disse...

Belissima métrica e rima. Adorei tamanha simbiose de palavras e conteúdo imagético. Parabéns.

| A.Luiz.D | disse...

Vamos fazer o Duo sim,
me manda o seu email depois.
Tem um selo no meu Blog pra vc.

bjao****

AC disse...

Palavras que, de tão incisivas, não permitem fugas, rodeios...

beijo :)

Lila disse...

Loirona...

Insônia braba...estou a 24hs no ar, literalmente...daqui a pouco, caiu dura...rs
Respinga nele, o eunuco,
Seu mais feroz olhar,
Seu mais calado grito,
Pq nem em recompensa, ele te vale.

Inté mais tarde, Lilás !
Bjkas

Átila Goyaz disse...

:) Lindo, adorei!

Jorge Manuel Brasil Mesquita disse...

Belo e singular poema. De palavras te rego, de armas te pego. Fogo na lapela do amor.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 08/10/2010

Érica Amorim disse...

bravo! bravo!bravíssimo!

"eu,sem boca forjo indiferença..." ah! e como isso é verdade, acho que o mesmo aconteceria se tivesse um "eu,sem olhar.."

ps.: incrível a ligação entre a imgem e a poesia

parabéns! gostei demais!


bjOk

Érica Amorim disse...

ah! Faço minhas, as palvras do marcelo Resende.. aquele dana!

À Ira: minhas reverências e poesia!

super BjO

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

versos ácidos para um realidade cada vez mais distante do delicado

2edoissao5 disse...

confidencias e inconfidencias, nada revela...
beijo!

Franck disse...

Agora que tive tempo de passar na sua casa virtual, semana corrida, mas poemas como o seu nos faz querer cada vez mais lê e escrever para os amigos que comungam das mesmas idéias...
Beijos e um bom fim de semana!

Otávio M. Silva disse...

Se vc continuar com essa metáforas eu vou acabar fazendo um fã-club seu Ira, adorei, Principalmente a forma como vc faz a relação entre a ultima palavra de um verso a primeira do verso seguinte, também faço isso em alguns poemas, mas esse ficou perfeito. Desse tipo de poema não pode ser tirado apenas um sentido, nele vc emprega seus sentimentos mas o leitor vira coautor ao lê-lo. Parabens. Bju.

ErikaH Azzevedo disse...

versos fortes, marcantes, solitarios por serem incomuns, uma certa ironia, e de um balanço e rima que conquista de primeira.
Gostei do (de)sabor das palavras...rs

Sigo a menina com gosto.
Um beijo

Erikah

Phivos Nicolaides disse...

Oi querida amiga. Eu adicionei o seu blog lindo para a minha lista de blogs. Desejo um ótimo final de semana. Felipe Travelling

Fred Caju disse...

Querida Ira, fico feliz em encontrar tão belos versos por aqui. Acho que todos aqui agradecem por você escrever e mostrar o que escreve. Bom final de semana!

O Profeta disse...

E eu, neste palco
Pinto mil e uma emoções
Luzes, as pancadas de Molière
O aplauso, tantos sorrisos, contradições

Inquieta alma esta
Vivendo entre a o amor e a dor
Voando para além do sonho
Nas asas de um viajante Açor


Doce beijo