INSPIRAÇÕES DO POETA
16 de out. de 2010
Dinossauro
Nos dias mais loucos, onde todas as rotas me levam ao naufrágio.
Diante do navio sombrio, do mau presságio.
Cismo com você, nem sei porquê!
Logo você, que ainda não bebeu do vinho,
que espera suave e apura em mim o buquet.
Nas horas mais distraídas, onde só existe deserto.
Liberto os bichos de sete cabeças e as taras de luxo incerto.
Teimo com sua cara e isso não para!
Logo você, que tem mãos espartanas e ilusionistas.
Destempero de adeus e pegada. Seara.
Na chuva miudinha que caí dos olhos, em tempo de temporal.
Meu corpo velho e sem graça traça um desenho carnal.
Você outra vez, que teimosa insensatez!
Logo você, que tem boca de fruta madura, cheia de carne.
Repare...Pura polpa nua. Não provar? Minha estupidez!
Quando o sol beija a face e a carne ressente e arde.
Queima ao calor o tesão da macia tarde.
Lá vem sua imagem rondar minha atrevida margem.
Logo você, que tem pélvis marcada, aviso de perigo.
Se invadir, eu abato, mato! Ato de sacanagem.
O inverno que desenha rugas na face do poeta suspeito,
Tem fogueira e queima preceitos, cinzas preconceitos.
Você, novamente! Assim, não há quem agüente.
Logo você, que eu nem reparo, que tem esse sorriso largo.
Fala que provoca estrago. Paro e passo indiferente.
Você viu por aí, a fome de dinossauro?
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21 comentários:
Ainda a pouco, no começo da noite, vi um dinossauro correndo na orla, será que é o mesmo procurando seus sabores?
Bjs*
Não vi a fome não, Ira.
Mas sinto-a, e bem forte, depois de ler seu poema sensual e provocativo!
Beijos
E haja apetite. Muito intenso, Ira! Gostei muito, sempre é bom vir aqui. E sempre gosto quando você passa por lá. Um bom final de semana, querida.
Oi Ira,amada
O erotismo escrito por você é chic,sofisticado,delicioso.Olhe isto:"Liberto os bichos de sete cabeças e as taras de luxo incerto."
Andei vivendo mais que escrevendo e blogando.Cheguei e te fazer visita é um prazer.
Apareça,postei um poema delicado.
beijos,
Cris
Poema sensual, intenso, faminto..
Gostei....
bjo
Oi Ira, poema quente, e muito hot! Deve ser dada a um homem que é este velho corpo? não! jajaj! ;D
Lindo poema e parabéns pelo seu presente (selo) da "inovação poética" é bem merecido!
Beijinhos.
Não, não vi minha linda!
Mas um dia, eu senti!
Beijoooooo amiga "Essêncial" por todos os meus dias!!!
Oi querida amiga Ira. Outro belo poema cheio de emoções! Beijos,
ira,
é incrível o modo como poetizas o desejo e o prazer, elevandos-a à condição de mais fina renda que (en)cobre a pele. esse dinossauro não sabe esconder-se; é demasiado grande até para a mais abundante das refeições.
um beijinho com admiração imensa!
Profunda y bella tu poesia,
un placer pasar a leerte.
que tengas una feliz semana.
un abrazo.
Ah, Ira.
Que lindo, que fome contida, que fome exposta. Que loucura. Amo.
Esses dinossauros, ai ai!
Super beijo.
Tua capacidade de erotizar independe de palavras. Fico boquiaberto, com fome de dinossauro, espumando pelos cantos da boca por algo a me calar.
Você é maravilhosa, uma ARTISTA. Que bom te ler.
Beijos. Bom domingo.
Olá Ira...
vou dizer novamente que você é ótima.
Nem vou comentar seu escrito, para não tirar a beleza dele.
novamente Parabéns...!!!
Grande Abraço.
Ira, Ira,
Eu vi a tua fome! A fome que não se sacia. O buraco que a fome deixa.
Beijos, querida!
Você constrói fácil uma 2º torre eiffel de palavras! Quanta segurança e ardencia, ferro e metal.
Senti até o estremecer do chão,
se esse "dino" era vegetariano ou carnivoro nao sei. Mas está solto.
Logo você, Ira buscacio..
adorei!
Deu fome, ou me entreguei ao predador, sei la, assim senti.
Belo texto
Outras reflexoes espero ter.
Eduardo
tua poesia é natural e voz.
E, a propósito, as fotos estão lindas.
Muito boa sua fala poética. Que bom lê-la! Dá pra entrar em seus versos e viver cada verso como se fossem meus! Quem não gostaria, de nesse momento ser um grande Dinossauro?
Parabéns!
Beijos!
"boca de fruta madura, cheia de carne."
Comer... Isso é fundamental.
Bjs
Poema sensual e cheia de símbolos.
Em tempo: no comentário deixado aqui há alguns dias, eu quis dizer "voraz" e não "voz". Só agora me dei conta do erro de digitação.
Em poucas palavras, quero agradecer muitíssimo a presença e comentários no InterTextual. Você, que é uma artista, sabe que quando se cria algo o desejo maior é externar e obter respostas a esta resultante criativa. Por isso, me alegram teus recados. Uma alegria também perceber que você se permite reler e experimentar outras possibidades, pois respeito demais gente assim, feito você.
Um beijo grande e seguimos dialogando.
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