INSPIRAÇÕES DO POETA
23 de out. de 2010
Olho Nu
Quem sou eu, que me esgueiro pelos vãos, que te suspeito?
O cigarro aceso, no canto da boca, enquanto espreito.
Mostro-me olho, nunca dois.
Olhos em dupla são criminosos confessos.
Como-te boca, nunca limpa.
Minha língua marafona lambe excessos.
Fodo-te carne, nunca nua.
Alma vestida de desejos impressos.
Quem sou eu que, cravo e libélula, nos bares que não me acho?
A meia luz, a meia calça, a meia verdade, eu só, me racho!
Nego-te dó, nunca jazz.
Num Fender, de Marcus Miller, outra canção.
Bebo-te sal, nunca táctil.
A fina-flor dessa juventude sem mão.
Corto-me crua, sem sangue.
Não se espante, mas é que não tenho ilusão.
Um dia, eu sumo de onde você não está.
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20 comentários:
Pelo menos o cicarro poderia ficar de fora. O Resto sacode e me deixa feliz. Esta é a sensação afinal balançou. Eduardo
Lindo! Mexeu com minhas entranhas...
Adoro a sua ironia intensa, o seu olhar de frente para as coisas...
Beijo :)
Nesta noite de sábado quero o jazz, o cigarro, ser cru, nu, carne, cravo e sumir...até segunda!
Bjs*
Os olhos não mentem, são um reflexo da alma,
Um texto com força e temperamento, muito bom. Beijosss!
Hoje acordei bem cedo, olhei para a praia e chovia, desci mesmo assim, dei uma corrida na areia e um mergulho no mar. É bom. Relaxa o corpo, acaricia a alma,e desperta os sentidos.
Hoje acordei leve e feliz...e qdo acordo assim, gosto de dividir minha felicidades.
Um belo domingo pra voce.
Maurizio
Olho por entre tua fresta
úmida e escura
meus dedos se entregam
a uma aconchegante escuridão
e vagam por horas
em teu vasto espaço
assentam-se em palavrás úmidas
e deitam em perfeitos laços
secam-se as lágrimas
a dor toma conta do prazer
entre a teu buraco e a minha agulha
a olho nú, sem mais dizer: o nó desfaço.
Abraços e bom fds!
Ira, vc sempre me tira o fôlego.
Um tanto irônica, um tanto sarcástica, meio doce, meio ácida, mas sempre nua e crua.
Te gosto pá xuxu.
Beijokas.
Oi querida amiga Ira. Lindo poema. Bjos achocolatados. Em grego temos o antigo nome de Hera (Ira!)
Um poema genial. Gostoso ler você!
Uma linda semana para você!
Obrigado por me ler também!
Beijos!...
Bela poesia. Gostei muito da sua proposta neste Blog.
kkkk achei ótimo. Essa do quadrinho sou eu.
Excelente o seu espaço. Só não encontrei onde seguir.
Quando puder, conheça os meus outros espaços, A COLECIONADORA DE SILÊNCIOS, em http://www.colecionadoradesilencio.blogspot.com
FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER...
MEU CADERNO DE POESIAS
Beijo grande.
Saudações Educacionais !
Sabe que eu também quasenunca me acho?! Deve ser porque quase nunca estou... rs
how maravilhosa! lindo, lindo e lindo!
bjãO
ira, querida amiga poeta,
a tua escrita está, nesta fase, aberta, numa voragem que arrasta consigo quem se atreva a nela entrar. crê-me, não é possível ficar-lhe indiferente ou apenas tentar saborear as sensações; todas têm de ser sorvidas na vertigem de um único gole.
beijinho!
Fabuloso
boas
criações
Um poema escrito no nervo e ironia. Eu gosto sua poesia.
"A alma vestida de desejos impressos", Ira, já é o perfeito comentário da poesia. Surpreendentemente, encontrei, nas entrelinhas do texto, vestígios do meu ser errante. Beijos
Olá minha querida, sensível e feliz amiga Ira Buscacio, muito feliz, agradeço a sua gentil visita e comentário em meu pequeno espaço de reflexão. Os olhos nos transportam para "lugares" que nunca imaginamos. É o reflexo da nossa alma, felicidades ou sofrimentos, vêm através deles.Muito lindo! Paz e harmonia em seus dias.
forte abraço
C@urosa
tuas ilusões estão todas perdidas?
"Olhos em dupla são criminosos confessos."
É por isso que me delato com tanta facilidade. Eles sempre trabalham juntos.
Bjs
Eita....esse poema sou eu...estou pela metade e nem atrevo procurar-me....rss
Amo.
Bjs meus !
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