INSPIRAÇÕES DO POETA

8 de jun. de 2011

As Outras De Todos Os Dias




Todos meus pensamentos e palavras sempre soam falsos,
Pois tudo me é tão contraditório num momento adiante.
Olho o céu no instante exato do tempo real e há deslumbramento,
Como se aquele fosse o último firmamento vivo
Pisco, pois é preciso piscar e umedecer as lentes humanas,
Mas na contração perco a fascinação e tudo se faz comum e definitivo,
Porque todos os dias há céu.
Tenho colecionado faces femininas ao longo das décadas, almas,
Por isso me assusto pouco e me divirto mais.
Ah, essas almas violentas e incongruentes!
Nunca sei de mim, nem delas, assim, nunca sou o que imagino,
Não sou esse pensar, não sou as palavras.
Todos os meus versos são elas,
Minhas almas que me procuram.
E eu mesma, nunca sei,
Nunca me acho.

6 comentários:

Sandra Subtil disse...

Podes ter faces várias,almas diversas, mas a essência está lá, sempre.
Forte, lutadora, aguerrida, sensível, inteligente, poeta!
Beijo amiga Mulher!

Dilmar Gomes disse...

Querida, este poema lembra Fernando Pessoa. Muito bom.
Um grande abraço. Tenha um bom dia.

Joelma B. disse...

Faces ( ou fases) sub-reptícias da mulher...

Beijinho cúmplice, Ira brilhante!

Marcia M disse...

Há dias em que me sinto assim,me vejo assim...que descrição incrivél Ira! bjos!
como vc esta?

Marcelo R. Rezende disse...

Nunca se acha, mas sempre é.
Já não basta?

Que delícia.
Um beijo em ti, Ira.

Joop Zand disse...

Prachtig gedaan.....mijn complimenten hiervoor.

Lieve groetjes, joop