O poeta lê os malditos e o mês é Maio.
Todos os altares são intermináveis,
Todos os violinos duram uma estação,
Todos os amores são suficientes e suspeitos.
- Prendam esses lirismos sóbrios, até que se embriaguem de poemas sujos!
Porque é Maio e o poeta mija versos entorpecidos,
E ama essa humanidade hibrida,
Como quem atravessa uma auto-estrada qualquer e continua,
Até o cu do mundo.
- Tarde demais! Diz a ilusão a fuga.
Todos os noivos descobrem encantos no espelho e se casam Narcisos admirados.
Que Deus tenha piedade das moças constantes,
Pois a elas pertence à tristeza!
Um ofício inumano de atar vendavais ao peito, dentro,
E esperar o insustentável:
O efeito das rezas,
O milagre do santo,
A fidelidade dos homens.
Perdoe Senhor, essas meninas de herança silenciosa,
Filhas de um modelo injusto de senhora,
De quase corpo,
De quase alma,
E quase caminho.
São como livros, compostos apenas de prefácios,
Já que os espíritos nascem censurados.
E tu, poeta comum, que começa longe, no vaivém da loucura,
Só tu podes estimar essas mulheres de coração grávido.
Dê-lhes o parto!
Dê-lhes a rebelião das canções, que a música sobreponha palavras cansáveis de todos os tempos.
Que ninguém escutará seus pulsos estóicos,
Quando os anos constiparem as veias.
Que ninguém acordará seus olhos de coma,
Quando os corpos não possuírem mais virtudes.
Quem permanecerá em suas camas até o sono?
O poeta não é admirável, nem medíocre,
Apenas mancha, amoravelmente, os brancos vestidos de Maio.
Obrigadíssimo! Meus queridos, que deixaram aqui suas digitais tão amorosas, enquanto eu passeava por esse exílio danado de heavy metal, mas como diz a voz do povão: Vaso ruim não quebra!
Nada melhor que uma dor bem vivida, pra gente redesenhar na alma diversas formas de sentimentos e ganhar alguma oportunidade de apurar as percepções, diante dessa nossa condição humana, onde a dor é de fato permanente.
A vida é um abismo desconhecido e sedutor, onde uns caem e outros flutuam. A diferença esta no olhar de quem se joga.
Aos poucos, eu irei retomar a rotina do blog, os comentários nos espaços amigos e as postagens. A saudade é imensa. To na área! Beijos
20 comentários:
Quantas Saudades!
Grifo tuas palavras do começo ao fim, mas destaco: "...Nada melhor que uma dor bem vivida, pra gente redesenhar na alma diversas formas de sentimentos e ganhar alguma oportunidade de apurar as percepções, diante dessa nossa condição humana, onde a dor é de fato permanente..."
Amiga, deslumbrante!
Um beijo em seu coração
Minha querida
Que bom que estás de volta...estou feliz por isso.
Volto mais tarde para te ler e comentar.
Deixo o meu beijinho
Rosa
Ira,
Bem-vinda, ainda bem que está melhor da sua fibromialgia. As saudades bailavam por aqui...
Beijo :)
Pois é amiga, você voltou e disposta. Lindo poema você edificou, uma tradução estóica, realista da alma poética. Eu simplesmente adoro o que você escreve e digo, sem um pingo de vergonha, sou seu fã. Abraço fraterno, Marco.
Olá Ira! Que bom que estás de volta. Fico feliz com a tua recuperação. belo poema amiga, Adorei!
beijos e ótimo domingo pra ti e para os teus.
Furtado.
Bom retorno, Ira sempre brilhante!
Beijinho com saudade!
O poeta navega nas palavras
Naufraga em silêncios
E se o poema acende desejos
O poeta morde
Os seus próprios beijos...
Belo o teu poema Ira!
Beijos meus!
AL
Querida que bom tê-la em nosso meio,adoro te ler! um bejão!
Que bom lê-la Ira!
Volte com frequência, espero você.
Um Beijo.
Metade adorada de mim!
Eu to pra lá de felizzzzzz em ter você de volta!
Eu sabia que a dor,por mais que lapide em alguma coisa a gente, nos vença.
É ruim heim???
A gente é maissss!!!
Sabia que tu ia dar uma rasteira nessa danada!
Volta devagar, aos poucos, mas voltaaaaaaaa que a saudade foi gigante.
Eu não poderia deixar de passar aqui pra deixar um abraço gigante em ti, e dizer que agora Silzinha quem vai mandar a dor dela pro saco.
Torce por mim!!!
Tbm volto logo!
Te adorooooooooooooo!
Ira, que bom ver um poema por aqui, nesta tua forma intensa e densamente poderosa que tem ao passar sentimentos e sensações.
Abraços e que tudo de bom caminhe contigo.
Abraços
Olá Ira poeta! Bem-vinda, eu estou feliz de ver você aqui.
Espero que esteja melhor! Um abraço.
Oi! que bom tê-la de volta. Sua poesia é linda!
Tenha um ótimo final de semana.
Beijos
Tua força se revela em cada palavra dos teus textos fortes, vicerais, declarações de amor à vida e à palavra.
... mulheres de coração grávido...
cara, adorei isso!
Que bom, que bom te ver de volta e perceber que tua intensidade continua intatcta. Que bom que vc tá na área!
Beijokas, querida, e uma semana linda pra vc.
Minha querida vim te desejar uma linda semana! bjos!
Ira, querida andamos sumidas, mas não esquecidas, não? Como estás? De alma vejo que continua brilhante e de corpo? Espero realmente que vc esteja maravilhosamente bem.
Beijo, minha linda.
Iram
Olá Ira,
Também estou em falta em seu blog, não porque eu quero, mas a vida de romancista me pede um pouco de afastamento da realidade, para a criação em sua plenitude.
Espero que se recupere fisicamente, pois constatei aqui, que seu talento nas letras está mais saudável do que nunca.
Um abração e melhoras.
Felicidades! Bom final de semana.
Beijos se cuida!!
Hey, estava com saudade desta mulher de coração grávido... que bom que tudo segue.
Um beijo grande, sempre carinho e bom final de semana.
Minha querida
Hoje passando apenas para oferecer o selinho de 2 anos de blogue e dizer que sem o carinho de todos que me seguem e comentam não chegaria aqui, por isso esta comemoração é vossa.
Beijinhos com carinho
Rosa
Espero que estejas melhor...estou preocupada.
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