Amar-te!
Esta é à noite,
Qual, tu existirás às escuras e incomodando-me como asma,
Os pulmões em estado de calamidade, sem ar.
Pulsos calados e abertos a espera do sangue.
Contamine-me!
Tudo isto parece perturbador e pervertido,
Mas não, tudo isto é inocência.
Preparo a ceia, o sonho e a cama.
Na tecla play, uma voz inglesa,
A boca ao gosto de gorgonzola,
Minha boca sem beijo,
Na embriagues de qualquer rum barato.
Detalhes descabidos e mudáveis,
Como a face que chora.
Esta será à noite,
Que todas as minhas almas terão coração,
Mulheres de tons encarnados de um genuíno amor.
O corpo, sempre estúpido e pior,
Um horror a devorar espasmos e vomitar convulsões de desejos,
Onde nas teias tecidas de ausências se embrenha,
Ele, corpo medonho, que traz o mapa das desgraças na
epiderme,
Não há de ser primazia.
Esta, que é a noite mais luxuosa de todas que escutei viva,
Não agitará o suicídio, mas o alcançável,
Tua voz,
Que é minha melhor possibilidade de afeto,
Quando em urgências me diz:
- Ainda que em quebra-cabeças – (a minha quebra, e quebra, e
cabeça, e cabeça)
Amo-te, como quem te sabe, mas não acredita e não te vê
morrer.
9 comentários:
Minha lindona amei demais,ah,amei também a foto da abertura!
Beijos!
Não agitará o suicídio, mas o alcançável,
Tua voz,
Que é minha melhor possibilidade de afeto,
a noite de todas as (im)possibilidades palpáveis,
beijo
Uma linda, delicada e muito bem escrita prosa poética. Amei!
"Amo-te, como quem te sabe, mas não acredita e não te vê morrer."
deixa-me morrer nestes versos...
Eu vou repetir, mas este são, sem sombra de duvida, os versos que farei meus:
"Amo-te, como quem te sabe, mas não acredita e não te vê morrer."
às vezes uma boa morte é bem melhor do que uma ausência, sem despedidas que corrói
beijo
Otiginal e belo poema dos impossíveis.
Beijo.
olha, a laura e eu detivemo-nos no mesmo verso: o que sabemos, no que cremos e o quanto morremos...
beijinho, minha querida ira!
...e eu adoro ver seu sorriso quando eu venho no seu blog.
Feliz fin de semana laaaaaaargo!
Minha querida
Entre o gesto e a ausência, morremos tanta vez.
Entre a boca e o beijo...há tantas noites por cumprir.
Como sempre ler-te é adentrar na imensidão da tua alma.
Beijinhos com carinho
Sonhadora
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