É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã... (Renato Russo)
Almodóvar trocou a pele do homem
Sujou os
objetos que assustam
Nossos dedos
fálicos
Como é injusto
habitar a casa de outro
E dormir
pérfido
A tramar o
assassinato da arquitetura medonha
Paredes impróprias
merecem demolição
Ele conhece a
ópera da intolerância
Não de ouvido,
Mas de calo em
calo
Nos dedos das
mãos
Eu tenho dor
nos olhos de ver
Ele sabe!
- Esfrega na
cara da platéia –
Eu sou platéia
e cara!
E a gente come
pipoca numa terra de aleijados,
Como galinhas
e galos andando pra trás
A tela entra
em desespero
A navalha concretiza
seu destino fatal
Corta a
película que sangra
Estendo as
mãos de inocência
E amparo o
aborto que cai desse útero medonho
Gal!
A tarântula.
12 comentários:
Um filme impactante!
Beijo,
Doce de Lira
thriller de arrepios,
beijo
Profícuo, a gente se sangra. É isso.
Beijo.
Querida Ira,
Ainda não assisti ao filme, apenas a um pequeno treiller, mas seu escrito me tocou bastante, pois "é injusto habitar a casa do outro" e somos memo, muitas vezes, "uma plateia de aleijados", que busca assim como aquele cirurgião psicótico algo sintético.
Beijinho!
Este é um mundo de contrastes, pipoca ao lado da máquina de barbear.
Beijocas.
suspenso o ar...
beijinho,Ira mais que brilhante!!
que bom voltar aqui...é muito bom ler voce, reler. tentar ler com a tua alma, ou chegar o mais perto possivel.
maurizio
Ira, linda aquariana!
Instigante...,
forte, intenso e franco como Almodóvar e Ira.
La verdadera 'Piel que habito'.
Beijos e ótimos dias!
uau!!!!!
bjs da walll
"como é injusto habitar a casa do outro"
nesta película de carne e sangue quantas vezes as noções de corpo, espírito, casa, afeto são empréstimos de línguas remotas, desaparecidas antes mesmo do esquecimento de quem as inventou?...
vibrante! brilhante! como toda a tua escrita, poetamiga inspiradora.
beijos!
Ótimo nos versos e nas referências.
Ira...
vi o filme e ao contrário do que por aqui foi dito, considero-o uma obra-prima, diferente do que estávamos habituados do Almodovor, mas inquietante e perturbador, tal como as palavras que aqui nos mostras...
Beijinho
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