O amor espera na sala,
Asséptica, cal, ilustrada.
Inevitável!
Há uma proibição intuída e perturbadora como carga pesada.
- A porta de diamantes -
Não avance!
Deus não entra no inferno,
Ele observa o fogo, apenas,
Não apaga, não queima.
Deus conhece as coisas com os olhos,
Não com as mãos.
Os homens conhecem as mãos!
Não há empecilho diante da passagem,
Quando a voz soprano chama.
Eis o temor do santo!
Pois existe fúria nos dedos do adorável
E esta não tem escrúpulos.
Dentro, o país pertence aos demônios subterrâneos,
Diabólicos seres de línguas obscenas e sexos úmidos.
Opressores de almas,
Que erguem espíritos confusos, em pontas de anzóis,
Sobre a boca de Cérbero.
Os corpos, não!
Deixados livres pelas paredes vermelhas,
Eles trepam até contorcerem as faces,
Depois expulsam gosma.
O ar é abraçado por cheiro de entranhas e os narizes
reconhecem suas carnes.
Não amanhece no mundo suicida,
É tudo infinitamente noite e impulso, pulsos cortados,
Pescoços dobrados e muitas pernas que ajoelham loucuras.
O amor aguarda de cansaço no sofá,
Como puta no dancing, o silêncio limpo.
... Mas ainda há golpes de tortura do outro lado da porta!
15 comentários:
Olá amiga Ira, poetisa de mão cheia, construindo poemas cada vez melhores.
Um abraço. Tenhas uma linda noite.
e que tortura de sensações a pele se permite por aqui, Ira!!
nossa!!
Beijinho em rendição, amiga brilhante!!
Ira, linda aquariana,
palavras certeiras!
No País-Corpo o Estado é laico.
Graças a Deus!
Beijinho imenso!
os corpos se entendem, mesmo no desencontro
beijo
fogo...
a melhor forma de conhecer o corpo é sem duvida com as mãos, em sangue
"Não amanhece no mundo suicida,
É tudo infinitamente noite e impulso, pulsos cortados"
e nada mais há dizer
beijo, tu poeta
deus conhece com os olhos; os homens com as mãos - pobre daquele que toca e quer ver; nem prometeu se submeteu a maior castigo.
tantas estrelas a percorrer os polos do corpo quando te leio, ira!
beijos!
Lindo o amor aguarando cansado no sofá.
rs...
boa semana!
um beijo.
Belissima.
Profunda.
Real.
Maravilhosa.
Felicidades, pra voce.
Queria lembrar, que estou seguindo este blogue, agradavel de lermos.
Nos entregamos a o prazer mas hay cada desencontro..!
Abracos.
Os corpos têm uma linguagem própria, mas limitada. E debatem-se, debatem-se constantemente, até ao momento em que algo que os ultrapassa os começa a anestesiar, a amordaçar...
(Bolas, Ira, a intensidade das suas palavras abala-me sempre!)
Beijo :)
Um de nossos aspectos mais próprios, embora muita gente ache impróprio.
Beijo beijo.
Minha querida
A poesia é doce e serena quando a mão está fechada segurando o amor e é punhal quando a mão já está aberta e fria...segurando apenas o tempo de quem se esqueceu de morrer...ou talvez um sonho breve entre o sono e o pesadelo.
Como sempre ler-te é uma viagem por dentro de tantas almas.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Tesão, tesão esse poema seu. Gosto da parte dos joelhos.
A gente entra em cada mundo e depois não quer sair. Tou no meio termo, rs.
Beijo, linda!
Como é delicioso mergulhar em seus versos!
Encantada
aguardo sua visita .
Bjs
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