Navegar nunca foi preciso, já
no mar nasci e vivo,
Entre um naufrágio e outro, algumas ilhotas.
Aporto o humano coração em terras sem cultivo.
Revolto-me! Volto inumana ao oceano de mil rotas.
Mergulho desatinada no breu mais profundo,
De quase nada verde, na parede de água dura,
A procura do que desconheço, mas circundo.
Há de um Deus marítimo abençoar-me a loucura?
Sobrevivi aos ciclopes com uma boca de mulher, apenas.
- As centenas de palavras atiradas nas vagas infernais -
Pois descobri Luis, depois Pessoa, em águas cantilenas.
Quando estou viva, morro de amor por estes dois Porto-i-guais.
Entre um naufrágio e outro, algumas ilhotas.
Aporto o humano coração em terras sem cultivo.
Revolto-me! Volto inumana ao oceano de mil rotas.
Mergulho desatinada no breu mais profundo,
De quase nada verde, na parede de água dura,
A procura do que desconheço, mas circundo.
Há de um Deus marítimo abençoar-me a loucura?
Sobrevivi aos ciclopes com uma boca de mulher, apenas.
- As centenas de palavras atiradas nas vagas infernais -
Pois descobri Luis, depois Pessoa, em águas cantilenas.
Quando estou viva, morro de amor por estes dois Porto-i-guais.
12 comentários:
O mar é tua embarcação
que te leva nesse oceano
azul
tão natural ao teu ser
como o pulsar encarnado
de tuas veias
navegas tanto que nem sentes
que é preciso
aportas em tantos lugares
se perdes entre tantas ilhas
mas sempre se encontras
no ponto equidistante
entre dois navegantes
Luis Vaz e Tantos Pessoas
Ursula Polar e Lua(res)
referencias dos teus mares
onde te perdes e te encontras
mergulhadas.
Luiz Alfredo - poeta
belo, belo
beijo
Nossa! Me vi no seu poema.Maravilhosa a sua escrita.Escrever não é nada fácil e por isso precisamos dos nossos mestres.
Beijos e bom domingo.
Maravilhoso! Encantou-me e deixou-me orgulhosa este teu poema.
Beijinho minha querida
Navegar sempre foi impreciso. Um fio de pensamento passeia de olhos abertos no cais recheado de lembranças. Vistos de longe todos os portos são iguais. De perto é certo: nenhuma pessoa, nem mesmo o q ressoa Pessoa, é normal. No alto mar do tempo aborto o impreciso e mergulho no fundo d’alma. Em silencio solto amarras q não me dizem nada. Sigo...
Uma coisa é certa: qdo aporto nas faces do teu porto nunca saio igual
olá ira! Passando para te desejar um belo domingo e apreciar mais uma das tuas belas criações,
Beijos,
Furtado.
Ira, linda aquariana!
Ficou em mim o sentimento de dois portos, o que tomamos por morada e o que almejamos que o seja; e no fundo, os dois podem ser "iguais".
Grande beijo e ótima semana!
Ira,
saber ficar e saber partir...
Tantas vezes parto, querendo permanecer e outras tantos fico desejando partir.
Beijo
Dois Porto-i-guais que alargaram um pouco mais os nossos (deles) horizontes...
Beijo :)
Pessoa tinha que te ler!!!
não basta saber o mar para navegar de tantos e tão imprevisíveis abismos que o habitam, ou não fosse o corpo do homem mais água do que tudo o resto. e as ilhas fazem-se desertos, os oásis: miragens, os navios, apenas barrote de náufrago, enquanto neptuno escarnece de movimentos atabalhoados que se batem contra as vagas líquidas de um inferno de garganta funda que engole em voragem, mais do que labareda.
beijo, querida amiga! como é bom ser marujo nos teus olhos!
não basta saber o mar para navegar de tantos e tão imprevisíveis abismos que o habitam, ou não fosse o corpo do homem mais água do que tudo o resto. e as ilhas fazem-se desertos, os oásis: miragens, os navios, apenas barrote de náufrago, enquanto neptuno escarnece de movimentos atabalhoados que se batem contra as vagas líquidas de um inferno de garganta funda que engole em voragem, mais do que labareda.
beijo, querida amiga! como é bom ser marujo nos teus olhos!
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