A escada
de pedra parecia levar ao céu, com seus degraus intermináveis e cinzas, meus
pensamentos de canto em canto matavam-se exaustos como cigarras ilusionistas.
O verão
era cínico!
No princípio, não alheia às pequenas flores entornadas no chão, meu coração suspirou e esqueceu-se de ser coração, pois era precipitado sentir ou fazer qualquer ruído, os sinais recém-nascidos ainda vestiam um silêncio único.
À medida que subia o caminho, espasmos dos ventos criavam idéias e símbolos, minha mente que antes era ócio, após ganhar o sol não tardou desenhar vontades, desejo em poesia, que suavemente oprimia meus seios magriços.
Depois daquele dia, para sempre, eu seria uma anônima entre a podridão e o luxo, alguém a alimentar os sonhos dos ingênuos, como eu, quem sabe realizáveis, por que nasci pra isso.
Nasci para os manicômios, para os circos, para os miseráveis e os impossíveis, que trazem no sangue o propósito das coisas, não apenas coisas tristes ou felizes, mas humanas, coisas feitas de suor e pedra como a escada.
Rota dura e definitiva de quem trabalha arduamente a alma e, grande e imperfeita, ainda assim prefere ingressar na vida pela entrada de serviço, onde se encontra facilmente humanidade, onde as costelas se acomodam por amor e bordoada.
Passo entre as ruínas arquitetônicas dos homens, das árvores frescas e observo a existência de Deus!
No princípio, não alheia às pequenas flores entornadas no chão, meu coração suspirou e esqueceu-se de ser coração, pois era precipitado sentir ou fazer qualquer ruído, os sinais recém-nascidos ainda vestiam um silêncio único.
À medida que subia o caminho, espasmos dos ventos criavam idéias e símbolos, minha mente que antes era ócio, após ganhar o sol não tardou desenhar vontades, desejo em poesia, que suavemente oprimia meus seios magriços.
Depois daquele dia, para sempre, eu seria uma anônima entre a podridão e o luxo, alguém a alimentar os sonhos dos ingênuos, como eu, quem sabe realizáveis, por que nasci pra isso.
Nasci para os manicômios, para os circos, para os miseráveis e os impossíveis, que trazem no sangue o propósito das coisas, não apenas coisas tristes ou felizes, mas humanas, coisas feitas de suor e pedra como a escada.
Rota dura e definitiva de quem trabalha arduamente a alma e, grande e imperfeita, ainda assim prefere ingressar na vida pela entrada de serviço, onde se encontra facilmente humanidade, onde as costelas se acomodam por amor e bordoada.
Passo entre as ruínas arquitetônicas dos homens, das árvores frescas e observo a existência de Deus!
Meus
olhos inclinam-se diante dessa força teimosa das formigas, que continuam cumprindo seus
destinos, de labor e de viver, sem discutirem a mágica
Sim, a margem de todas as cosmopolitas convicções há um agente que exprime supremacia e reage naturalmente. O universo! A origem do que cada coisa é e não do que o homem qualifica na sua embriagues mundana, pois a mão humana não alcança o sol, jamais tece a luz que ilumina ou cega e nem tão pouco a pedra de cada ser.
Sim, a margem de todas as cosmopolitas convicções há um agente que exprime supremacia e reage naturalmente. O universo! A origem do que cada coisa é e não do que o homem qualifica na sua embriagues mundana, pois a mão humana não alcança o sol, jamais tece a luz que ilumina ou cega e nem tão pouco a pedra de cada ser.
12 comentários:
O caminho é cheiro de avisos, alertas e ensinamentos. Seja na escada de pedra, no mar aberto ou no céu que chama, junto, a luz branca.
Divina!
leio como uma epifania, em ascensão
beijo
às vezes também eu penso que nasci para casos perdidos, que se encontram
há tantos caminhos, tantas hipóteses, tantos becos e ruas a direito
mas acabamos sempre por trilhar o nosso percurso
beijinho
"Nasci para os manicômios, para os circos, para os miseráveis e os impossíveis..."
Tabém penso que sim. Sua escrita pulsa, Ira.
Beijos
Um olho no pragmatismo, outro na poesia.
Sempre bem, Ira.
Beijo :)
Ira, linda aquariana!
As pedras fazem escadas, mas também podem nos provocar queda, caso num tropeço enorme, não as enxergarmos.
Mas é o 'sangue do propósito das coisas' que constrói verdadeiro arranha-céu, em sobreposição de muitos andares de pedras, assim mesmo, a arranhar nosso céu.
Beijos e ótimos dias!
Bom demais te ler assim, também.
Versos de uma magnitude ímpar, realmente você remexeu no âmago das inflexôss mais íntimas do ser. Parabéns poetisa!
Adorei o teu texto.
É simplesmente sublime.
Ira, minha querida amiga, tem um bom fim de semana.
Beijo.
(voltando de férias... aos poucos...)
Amei a tua cronica.
Passei aqui para lhe desejar um fim de semana harmonioso e agradavel
Abraços, sorte e felicidades
Pensando nas formigas desorientadas de um lado pro outro... Um gigante lá em cima deve achar o mesmo de nós, rs...
beijos e boa semana querida!
Versos de profunda sabedoria. O ser humano, jamais se saberá. Por isso, divaga pelos cantos de suas salas escuras...
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