INSPIRAÇÕES DO POETA

15 de jun. de 2010

Ciúme




Mas que diabo é isso, ou aquilo, ou quem, que vem como esganadura,
A secura da garganta não suporta, nem vômito traduz o malfeito.
Efeito de mandinga de ebó na sexta-feira. Rasteira do malandro saracura.
É ruptura de baço, onde o sangue se esvai vermelho e insuspeito.

Mas que diabo, esse sururu no peito feito disputa de bicho-macho,
Que nem água fria da jeito. Não diga que não tem cura, eu pago sujeito!
Mas tira de mim esse despacho, esse ciúme, bicho arretado. Sai diacho!
Dói fígado e cotovelo, quando penso naquela boca em outra boca, o fuleiro.

Ah, coisa ruim! Faz-me jurar que não escrevo jamais, pra ele, versos rendados,
Se escrevo, que sejam xingados, porém, não satisfaz, assim escrevo-lhe mais.
Como gato atrás do rabo, com o coração danado ando em volta dos meus pecados.
E morro, insana, desse mal de amor amado, de dentro... Ah, pro diabo os cerebrais!

5 comentários:

Úrsula Avner disse...

Oi Ira, criativo texto sobre os ciúmes e suas nuances... Sua escrita sempre apurada e singular mais uma vez me envolve... Bj.

Anônimo disse...

Ótimo texto... um ritmo seco, 'cortado'... Gosto disso. Abraço.

♪ Sil disse...

Ira, perfeitoooooooooooooooo!!!

Um abraço grande!

Tato Skin disse...

Cara, é isso... ciúme!
Perfeito como sempre... amo isso!
Bj meu

Unknown disse...

Um ciuminho é bom de vez enquando, pra quem dá e pra quem recebe! rs