INSPIRAÇÕES DO POETA

14 de mar. de 2011

Mafra




Até o litoral de Ribeira das Ilhas minha alma desgovernada nada e ancorada a praia essa ânsia de maramar ouve o murmúrio das ondas que dizem que você existe. Triste!
Eu sou, mas hei de tocar o amor que me espera, vocifera.
Por tantas vidas caminhamos. Amamos,
Como se deve amar, não há o que temer.
Submeter o coração ao oceano é sina genuína.
É fleuma de dois, pois somos ímpares e par.
Posso em devaneio tocar-te os negros cabelos. Pêlos,
Que entre meus dedos escorrem.
Correm vontades. Quero-te completamente meu,
Romeu sem morte. Quero-te vinho e sorte.
Digo que és o que desejo e mais, mas por Deus, faz-me acreditar que é verdade.
Tarde se faz e, mesmo em deleite nos leitos, peitos não te fartarão jamais. Porque é teu meu leite. Aceite!
A falta que meu corpo faz.
Sentimento tamanho, estranho, tanto, não cabe em qualquer forma concreta.
Livre e imenso! Penso que seja sina de poeta. Oferta!
Perdôo-te, por fim, as noites ordinárias que hás de ter sorvido.
Prometido o que jamais pôde sentir, só pra ter meu gosto, num rosto qualquer de mulher.

11 comentários:

Unknown disse...

canto apoiado em geografias, geopoética em composição - o que o mar nos traga,


beijo

Dilmar Gomes disse...

Bonito poema, minha amiga Ira.
Um grande abraço.

Sandra Subtil disse...

Fiquei sem palavras...muito intenso este teu post(quase animalesco, perdoa-me)!
Adorei
beijo

Anônimo disse...

Muito rico em lirismo, multifocal e de uma abrangência apaixonante o seu poema. Parabéns!

Otávio M. Silva disse...

oi, Você está sumida... O que aconteceu? Estou Vendo que você anda Proseando mais e Poetizando menos, agora também tome dedicando mais a contos. estou com saudades.Vou aparecer mais por aqui. Bju.

Jasanf disse...

Como sempre belo seus textos. É tão bom ler-te e reler sempre quando posso. O eu-lírico mostra sua face e suas façanhas poéticas. Isso é magnífico!

Suzana Guimarães disse...

Se for para afogar, que afoguemos. Se for para só nadar, nademos. Mas, por favor, não seja pouco, pois pouco é muito triste, é água fina de bica, escorrendo, sem graça, só por compaixão.

Ichi, empolguei-me, fui no vento do mar que bateu aqui.

Gosto de toda a tua verve.

Beijos,

Suzana/LILY

Anônimo disse...

Intenso e animalesco!

Otávio M. Silva disse...

Claro! No brasil o ano começa apenas na quarta-feira de cinzas. ^^

Antonio José Rodrigues disse...

Que amante ordinário, Ira!!! Acho que se perdeu na turba de onde é originário. Beijos

Jorge Pimenta disse...

rugidos de areia se desvelam sobre silhuetas nuas. o éden prometido tem um nome e os demónios ensinaram-lhe o caminho da minha voz. ouço-os em de.leite primacial. mesmo que os tímpanos estourem por debaixo do desejo.
um beijo, dulcíssima amiga!