Se eu tivesse mais alma pra dar eu daria. Isso pra mim é
viver. (Djavan – Linha do Equador)
Diz-me no canto do olho,
O mais desalmado,
Que o amor é grande.
Convença-me que é possível,
Muito mais que os motivos,
Além, muito mais,
Do que uma rua é triste
E tão livre é o cão que a ganha sem dono.
Converse comigo sobre os cravos,
Estes são menos prepotentes
E amam apesar da morte.
Amam sem pétalas, pele e carne, eternamente.
Risque-me tuas urgências,
Com o fio da faca, na pele,
Que há de descobrir vísceras,
O sangue é a mais valiosa moeda,
De quem recebe e paga.
Toque-me a canção pactada, por mãos sem atos,
A cena acena uma razão desconhecida,
Uma sacana peleja entre corpo e alma.
Confunda-me, como se tu, pecado-versos, fosses confissão,
Que não verdade, que não mentira,
Onde sempre falta um ponto final.
Por fim, apenas me siga, quem sabe longe,
Do contrário, tu não existirás.
O que me faz te amar é o que não sara nunca,
A proximidade da distância,
A ausência enterrada sob o corpo.
No chão de pedras a flor é sempre única e feliz?
14 comentários:
"O que me faz te amar é o que não sara nunca,
A proximidade da distância,
A ausência enterrada sob o corpo."
tantas vezes a pele se faz lápide do que já fizemos nosso,mas nunca nos pertenceu!
Intenso como sempre!
Beijinho com admiração que cresce a cada dia, Ira, mais que brilhante!
belo, belo e doído como o amor,
beijo
Perguntas assim, vindas dos confins onde tudo é interrogação, não têm resposta. Resta-nos, apenas, um arremedo de convicção, seja lá o que isso for (às vezes é uma flor).
Beijo :)
Lindo lindo lindo lindo (sem vírgulas porque há fome de gritar).
Te amo nesses detalhes absurdos, Ira.
este amor que não não tem cura e cada vez doi mais não me é em nada estranho
obrigada por o deixares tão bem escrito pelas tuas mãos
beijinho
Ira,
que lindo, querida aquariana!
"Amar é um deserto e seus temores..." (Djavan - Oceano).
Pergunto a ti, mesmo sabendo disso, não somos muito mais felizes amando? Simplesmente, amando?
Beijos e ótimos dias!
Teus poemas deixam minha alma mais gorda.
Ciça, lindona, eu entendo a pergunta e até digo ser bem possível, em regra geral, mas como toda regra tem um doido, eu te respondo apenas com o meu olhar, o que bóia sem jamais entender o mar. Eu inventei um amor, que vivo intensamente, em cada detalhe dos meus dias, no meu cotidiano, nas surpresas, nas pessoas, nos objetos, no velho, no novo e isso não me faz uma pessoa feliz, tb não me faz infeliz, no entanto, me sinto preenchida por uma calma estranha, que chamo de liberdade. E tenho todas as tristezas do mundo, e tenho todos os ruídos dos átimos de felicidade Quanto ao amor que a fêmea empresta ao macho, eu penso que, ainda que o objeto do amor não seja possível, é melhor que se tenha alguém a despertar imagens, sensações e poesia, feliz ou infeliz, do que conviver com um hiato no peito.
Adorei a pergunta, que me proporcionou essa reflexão, meio que uma conversa comigo mesma.
Bj gigante pra ti, querida
Tão belo Ira!...
Beijos poeta!
AL
Se a questão é citada do Djavan, então "vem me fazer feliz porque eu te amo".
Da flor não tenho certeza...
Beijo, Ira.
Ira, lindona!
Adorei a tua resposta!
Voltei por curiosidade, nem esperava que você responderia.
Muito inteligente e sensível é você, prazer imenso em estar te conhecendo.
Grande beijo e ótimo feriado!
Ira- poeta de faces fascinantes!
Beijosss.
(qualquer hora vou te levar pro meu mural, tá)
Que bela letra! Boa semana pra vc!
Um poema bem íntimo, onde o amor sobrevive graças à ausência.
Isso acontece, na verdade, principalmente em feitios incompatíveis. Ou então pelo gozo do caminho, que terminha logo que a chegada aconteça...
Em qualquer caso é um excelente poema. Parabéns pelo talento que as tuas palavras revelam.
Ira, querida amiga, tem um bom resto de semana.
Beijo.
"o que me faz te amar é o que não sara nunca"
tivesse eu dez mil outras almas e seria essa força que traga pelo lado de dentro...
beijos, minha querida amiga!
p.s. posso levar esta frase como incipit?...
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