O que ele vê
Agora que me tornei despresença
Na festa febril dos homens,
Sem paisagens habitáveis
Que mereçam um olho?
O que ele vê
Agora que só tenho bondade,
Onde antes habitava morte
E o desejo ensaiava funerais
Com dores belíssimas?
O que ele vê
Agora que sou impulso trancado,
Enquanto o tédio me lambe à boca
E as paredes maníacas dessa caixa
Nada temem de solidão?
O que ele vê
Agora que o barco já vai
longe... longe!
E a menina apagou-se no cais,
Dia após dia agitando o choro
Como quem lava a face suja de dor?
Miragem!
Miragem!
Mas o que ele não vê
É uma diabólica serpente fingindo-se de morta!
26 comentários:
oi Ira...
saudades daqui e de vc...
fiquei absolutamente encantada com seu poema...um outro estilo...mais intenso...mais vida...mais tudo...amei!
parabéns!
deixo meu carinho...admiração...e um grd bjo!
Zil
BANALIDADE
Sob a mira de um revolver
A vida testemunha
Seus últimos instantes.
O gatilho dispara,
Enquanto um corpo em câmera lenta,
Despenca sobre uma poça de estatística.
(Agamenon Troyan)
o que ele vê: desvelo
beijo
Já acho o contrário, que ele vê a mesma menina, mas com experiência e uma pele tecida de vida.
LINDO isso, Ira.
Beijo.
É tão bom poder navegar nas fantasias que nossos olhos, às vezes conseguem alcançar.
Se miragem ou não, há olhos que buscam as imagens mais bonitas...
Lindo este teu poema, minha querida!!!
Um grande abraço e meu carinho.
o que vemos todos em forma de umm desejo de vir a ser acontecer
beijos
o que ele vê e finge que não quer ver...
Ira, tenho mesmo de partilhar este teu texto, tão adequado... és fogo menina...
beijinho com grande admiração...
Misterioso, ao passo que também surpreende. A poesias transborda de sua alma com muita sensibilidade. Aplausos amiga!
Ira, linda aquariana!
Muito lindo, menina!
O que ele vê?
Apenas a visibilidade da presença. E o que se escapa disso?
Beijos e ótimo fim de semana!
Olá querida, seus poemas sempre fortes, intensos, profundos, me fazem refletir...Prazer em te ler de novo ! Beijos.
Minha querida
Por vezes ao nosso lado apenas existe uma presença ausente...uns braços vazios de vida e um olhar que olha mas não vê, como sei do que falas no teu intenso poema.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Muito bom. Forte. Gostei da tua escrita. Vou circular por aqui.
Anna Amorim
P.S: Faço ainda minhas as palavras da Sonhadora.
Anna Amorim
Verá certamente o teu talento, que é enorme.
Beijo
e o que não se vê é o que move as miragens!
beijinho, Ira imensamente brilhante!
sou suspeito em falar dos teus poemas. Acho bonito antes mesmo de voce escrever...
Maurizio
vim conhecer teu cantinho e me deparo com tanto..
leio e releio este poema de intenso sentir..
beijos.
Eu estou voltando para apreciar a poesia deslumbrante, tu palavra clara, minha querida. Voce e sua familia estan esplendidas!
Deixovos um abraco e continuou a trabalhar com o meu próximo tópico.
Obrigada pela visita ao meu blog!!
Gostei bastante do seu, está lindo!!
Beijos... ♥
É... e são tantas destas nos nossos dias, não é?
Muito bom,
[]s
quanto mais próximo do que não vemos, mais sabemos e menos dizemos. de que matéria se fazem as utopias, afinal?
beijinho!
Sempre com um final fuderoso.
Minha 1ª visita. Gostei do que li.
Saudações transatlânticas!
Miragem... é a despresença que tange a realidade... como a vida tange a eternidade.
Beijo.
Sigo contigo.
"O que ele vê
Agora que o barco já vai longe... longe!
E a menina apagou-se no cais,
Dia após dia agitando o choro,
Como quem lava a face suja de dor?
Miragem!
Mas o que ele não vê
É uma diabólica serpente fingindo-se de morta!"
Estou tentando publicar no FB, mas ele está agarrando...
Adorei esse trecho!
Beijos,
Suzana Guimarães - Lily
Eta, Ira!
A cada miragem, outra viagem.
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