A noite espirra mistérios nas
paredes caiadas
E os enigmas caem sobre o
lençol rude,
Suas ambigüidades aderem à
pele,
Enquanto os sapatos cansam
de seus destinos.
Meu quarto é labirinto
fóbico,
Uma espécie de elevador
quebrado
Entre os andares vigésimo
dois e vigésimo três,
Onde feras devoram pedaços
meus.
Eu que sou demasiadamente
dura
Desprezo seus caninos
afiados,
Eles fingem desentender.
Minha cabeça permanece sobre
o travesseiro,
Ainda perigosa em
pensamentos venenosos,
Talvez pela embriagues do
cérebro
Freqüentado por poetas
mortos,
Mas tudo isso pouco importa.
A questão é que há péssimo
hábito nos olhos
De serem menininhos.
Menininhos o mundo compra
com açúcar!
Acreditam em heróis.
Fabricam possibilidades em fotografias
E os meus acendem de
felicidade
Diante da imagem de um homem projetada no teto.
- Ele tem rosto de caramelo -
Como, se não tenho sonho pra
dormir,
Nem sapos pra alimentar?
Ah, olhos irritantemente
meninos
E tão independentes!
Sabem pouco de sepulturas,
Muito menos, dessa cidadela
que guarda meu corpo,
Antes do cadáver.
Dou-lhes cinco minutos de
amor,
Depois desço as pálpebras
E continuo nesse Dédalo sem
saber o que matar.
Ouvindo Lou Reed “Walk on the wild side”.
Crazy mind!
I like you, coisa e tal.
12 comentários:
ao som de Lou Reed tudo caminha selvagem como o vento que vem do lado, labiríntico
beijo
Minha linda são os mistérios do olhar ainda menininho que te faz assim bela e esplendorosa na escrita você ainda é um mistério a ser desvendado rs!Boa semana!
Conduzes tão bem ao labirinto de tua voz...
eu me rendo a tua perdição!!
Beijinho, Ira intensamente brilhante!
Já esqueci, todas as palavras que queria ouvir
Todo os sentires por sentir
Já não sou protagonista de uma comédia de enganos
Sou apenas demiurgo de uma perversa cena de uma chegada sem partir
Sou uvas amargas do mês de Abril
Vinho de travo verde ao beber
Semente atirada ao meio das pedras
Olhos na bruma na inquietação do ver
Uma imensa e incontida força neste peito
Na alma uma cicatriz, qual estigma
Serei apenas um barco de papel à deriva!?
Ou como já alguém disse, um…Enigma…
Doce beijo
Sabe o que eu senti? Vou lhe contar, mesmo que não tenha interesse nisso a poeta.
Ira está no galho mais alto do pé de fruta, custou-lhe muito chegar até ali, ela teve que ser dura e determinada. Ira alcançou o alto, encostou-se num dos galhos que balançava de tão leve - Ira não tem medo - e goza seu momento, seu triunfo, mesmo que qualquer um venha lhe dizer o contrário sobre essa vitória. Ira é quase o próprio galho... Ira é dura. Mas, há uma maciez fluindo, quer seja das folhas ao lado, por cima ou entre, há ventos, há visões dali, de onde está, e Ira deixa que a polpa doce da fruta lhe consuma...
Suzana Guimarães - Lily
Minha querida
Por vezes há lugares intangíveis no fundo de nós...onde habitam palavras no fio da incerteza...na esmagadora solidão do tempo...um grito ecoando no silêncio dos muros.
Escreves como se toda a ansia do mundo estivesse presa nas tuas mãos...e eu vou saciada de poesia.
Deixo um beijinho com carinho
Sonhadora
Ira, linda aquariana!
Como comentar um poema desses?
E ainda por cima com um final magnífico:
"Dou-lhes cinco minutos de amor,
Depois desço as pálpebras
E continuo nesse Dédalo sem saber o que matar.
Ouvindo Lou Reed “Walk on the wild side”.
Crazy mind!
I like you, coisa e tal."
O que são essas, se não todas as palavras que poderiam ser ditas?
Beijos e ótima semana!
Ola Ira... esto e filosofia. A noite e seus mistérios despertan nossos fantasmas, nossos monstros, nossos medos, e a você vem todo o mundo, el coração na mão, a alma em um punho, o talento em jorros. Sua poesia trágica, impacta e conmueve porque exprime uma paixão e um sonho...
Beijos, minha linda.
"Dou-lhes cinco minutos de amor,
Depois desço as pálpebras
E continuo nesse Dédalo sem saber o que matar."
O poema é magnífico e foi superiormente finalizado.
Beijo, querida amiga.
essa música é linda, assim como o poema
beijos
Vou ouvir a música, mas não sei o que dizer do seu poema. Me deixou confuso e adoro isso. Você é diva.
Te amo, Ira.
cinco minutos de amor e lou reed - a eternidade na tangente da boca.
beijos, iramiga!
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